Fotografei-o esta semana mas, a julgar pela t-shirt e pela intensidade do sol, dir-se-ia que me cruzei com ele em pleno verão. Bem sei que a falta de chuva é dramática, mas com um inverno rigoroso talvez o Acordo Fotográfico não tivesse tanto assunto.
Sentei-me numa esplanada para tomar um café, ali na zona do piolho, e a contracapa vermelha do livro que o Pedro estava a ler, lá longe na Praça dos Leões, chamou-me a atenção. Era um exemplar de "A Oeste Nada de Novo", de Erich Maria Remarque, editado pela Europa-América em março de 1971. À semelhança de outros leitores de quem já aqui falei, o Pedro também é cliente de alfarrabistas e dá prioridade aos livros usados por dois motivos: os preços são muito mais acessíveis (por este livro em particular pagou apenas 2 Euros) e as capas antigas, mais bonitas por serem mais simples.
O que não foi muito simples foi ler o livro de uma assentada. Num destes sábados à noite, o Pedro preferiu não sair de casa para poder avançar no romance, que já ia adiantado. Deitou-se, pôs música, começou a ler mas, ao fim de uma ou duas folhas, um erro na ordenação dos cadernos remetia-o de novo para a página 17... Por sorte, uns dias mais tarde, encontrou num alfarrabista exatamente o mesmo livro, mas desta vez com todas as páginas e pôde retomar a leitura tranquilamente.
1 comentário:
Que giro, a oeste nada de novo… Ando há que séculos para ler isso! Só vi o filme e tocou-me muito na altura.
Em tempos um famoso comentador português escreveu um post no seu blogue a propósito das estatísticas das mortes no Iraque (na altura no pós-guerra) e da sua diminuição considerável. Mostrava-o como que a justificar a guerra, através de um gráfico onde havia algumas centenas de baixas no mês então actual. Ao ver aquilo lembrei-me desta obra e escrevi-lhe a dizê-lo. Como se aquelas poucas centenas de mortes quisessem dizer que estava "All quiet on the Western Front". Nunca me respondeu.
Tenho que ler, eu que também sou fã dos livros usados.
Como eu gosto deste Acordo! :)
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