Numa tarde de flea market nos jardins do Palácio de Cristal, encontrei o Gustavo a reler as "Primeiras Estorias" de João Guimarães Rosa, um dos maiores escritores brasileiros de sempre. O Gustavo, também ele brasileiro, está no Porto para estudar Literatura e é nesse âmbito que regressa, em particular, à leitura do conto "Nenhum, Nenhuma", sobre o qual pretende fazer um trabalho. Nesta curta narrativa, que ele considera uma das mais complexas do livro, é-nos contada, através de uma bruma, a história de um homem de idade que tenta reformular uma recordação de infância. Este homem não sabe por que razão precisa de recordar esse episódio longínquo, mas sabe que só encontrará paz quando fôr capaz de fazê-lo... Na opinião do Gustavo, o conto disserta sobre a sabedoria, as relações entre pessoas e a proximidade da morte.
Ainda que a sua atenção se foque especialmente no texto "Nenhum, Nenhuma", o Gustavo recomenda com grande entusiasmo a leitura de todo o livro. Os contos, curtos e profundos, podem não ser fáceis de ler, mas são, no seu entender, "uma pérola, uma obra-prima fantástica".
4 comentários:
Recentemente encontrei por acaso um trabalho académico sobre o livro Grande Sertão: Veredas, e decidi que seria uma das minhas próximas leituras. O nome era familiar através de uma minissérie da globo que também passou em Portugal (a autora do AF deve recordar-se, certamente).
Ao ver o título do post pensei por momentos que era este o livro em questão. Agora a curiosidade é dupla, e depois de ler a obra principal deste autor, hei-de procurar ler os seus contos também.
que blog excelente, pelo conceito e pelo resultado. muitos parabéns. dg
Muito obrigada, dg! :)
Olá, Sandra,
Foi um prazer falar contigo e é uma honra aparecer por aqui. Parabéns pelo blog, e boa sorte nas caçadas aos leitores, haha.
abraço,
Gustavo Grandi
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