Terminou agora mesmo, às 18h, um dos episódios
mais emocionantes do meu ano de 2015 — a campanha de crowdfunding para
financiar a compra da nova câmara do Acordo Fotográfico.
Se eu soubesse em Agosto deste ano (mês em que
a minha obsoleta Canon avariou) o que sei atualmente sobre o que implica uma
acção deste género, provavelmente não teria demorado tantos meses a ponderar
avançar ou não. Embora alguns possam pensar que o fiz levianamente, enganam-se
se acham que não me debati até ao fim — e ainda agora enquanto escrevo este post — sobre a legitimidade de pedir dinheiro para algo que, à primeira vista, pode
não parecer muito... nobre.
Poderão apontar-me que agora é fácil falar, já
que sei que o processo foi um sucesso. Mas eu acredito que mesmo que não tivesse
conseguido angariar toda a quantia necessária, as emoções vividas nestas
últimas semanas do ano teriam valido muitíssimo a pena. A plataforma portuguesa que escolhi para levar
esta ideia avante é altamente profissional, mas esquece-se de fazer um aviso
importante aos novatos como eu. Algures na literatura inclusa do site, devia
anunciar-se: “Atenção, o recurso ao crowdfunding pode gerar emoções fortes,
quiçá, lágrimas de alegria e gratidão”.
É verdade: estava preparada para as críticas e
estava preparada para o fracasso, mas não estava preparada para a jornada
emocional em que me vi envolvida. Angariar fundos desta forma vai muito além do
dinheiro. Aliás, provavelmente, tem muito pouco a ver com dinheiro. Tem a ver
com a fé, com o amor, com a amizade, com o carinho, com a generosidade, com o
reconhecimento de que fui e sou alvo. E eu, que me sinto infinitamente grata e
emocionada às lágrimas por merecer tamanha distinção, prometo que trabalharei
no Acordo Fotográfico com fé, amor, amizade e carinho pensando a cada momento
em todos vós, os que ajudaram com dinheiro ou com palavras de apoio ou
propagando a mensagem e apelando à participação ou inundando-me de energia
positiva. Tudo isto é válido e está, para mim, no mesmíssimo patamar.
Embora este ano não tenha sido fácil nem para
mim nem para o Acordo Fotográfico, 2015 acaba da melhor maneira: com uma
vitória. Uma vitória conjunta e que sabe, por isso, ainda melhor. O Acordo
Fotográfico, que deixou de ser meu no dia em que publiquei o primeiro post, é
agora, mais do que nunca, de todos nós e dos que ainda estão por vir.
Que venha
2016, que eu estou cheia de ganas de continuar a fazer acontecer “coisas” em
torno dos livros e dos leitores. Em Portugal e além fronteiras. ;)
Desejo-vos um excelente 2016!
Bem hajam!
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