domingo, 22 de abril de 2012

Do pequeno ecrã para os livros


Tal como o Mário, que fotografei em fevereiro, também o Manuel começou por seguir as Crónicas de Gelo e Fogo na televisão e partiu, depois, para a leitura dos livros. Tinha consigo a edição inglesa, em formato de bolso, de "A Clash of Kings", o segundo volume da saga. O Manuel decidiu ler em inglês para aperfeiçoar o idioma e adquirir mais vocabulário, mas reconhece que o facto do livro estar escrito num inglês arcaico torna a leitura difícil e, embora perceba o significado das palavras mais complexas pelo contexto, diz que volta e meia precisa de consultar o dicionário. 


Recentemente, a autora espanhola Maruja Torres escreveu o seguinte a propósito da crise em Espanha (que é, também, a nossa crise): "(...) en primer lugar, esto no es una crisis. Esto es una remodelación del mundo, emprendida por los poderosos para que los débiles pierdan lo poco que han conseguido a lo largo de décadas de lucha (...) me parece que caminamos hacia sociedades para las que Juego de Tronos (adoro esa serie que representa nuestro pasado en el corazón de las tinieblas) será algo así como el telediario de mediodía."


Poderá, então, ser esta outra das razões para o sucesso da saga de George R. R. Martin? Estarão os leitores a projetar esta história de trevas nos dias de hoje, em que assistimos a uma sucessão de golpes dos poderosos em detrimento do povo? 


Neste momento, estou a ler "As Vinhas da Ira" e quando me deparo com algumas passagens, que tenho transcrito aqui, também sinto que este livro, publicado em 1939, poderia ter sido escrito hoje. É a tal intemporalidade de que são feitas as obras-primas.

Sem comentários: