Na última greve dos STCP, à falta de autocarros, não tive outra solução a não ser caminhar da Rua da Restauração até à Casa da Música para apanhar o Metro. Se assim não fosse, não teria passado pela entrada da Escola de Música Guilhermina Suggia onde, para lá das portas de vidro e ao abrigo da noite gelada, o Joaquim lia enquanto esperava que terminasse a lição do filho. Manuel António Pina, jornalista e escritor portuense, foi a sua escolha para esse momento de pausa. No livro "Crónica, Saudade da Literatura", o Joaquim estava basicamente a reler textos que já conhecia, porque para si ler Manuel António Pina é pura diversão. "Gosto muito deste autor, acho piada à forma como escrevia e às críticas que fazia. Mas também sou leitor da sua poesia e compro os seus livros infantis para o meu filho", contou-me.
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On the last strike of public transports in Porto, due
to the lack of buses I had no other
way but to walk from Restauração street to Casa da Música so I could catch the
subway. If I didn't done like that, I would never walked by the entrance of
Guilhermina Suggia Music School where, beyond the glass doors and sheltered from
the freezing night, Joaquim read while waiting for his son's lesson to finish.
Manuel António Pina, reporter and writter from Porto was his choice for that
break time. In the book, “Crónica, Saudade da Literatura”, Joaquim was
basically reading chronicles he had read before, because to him reading Manuel
António Pina is pure fun. “I really like this author, I found funny the way he
wrote and the chronicles he made. But I also read his poetry and I buy his children
books for my son”, he told me.
Translated by Marisa Silva
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