domingo, 20 de abril de 2014

Baía de Guanabara — Arnaud, em busca da felicidade
Guanabara Bay — Arnaud in search for happiness


No ferry que me levou de volta ao Rio de Janeiro depois de ter visitado o Museu de Arte Contemporânea em Niterói, conheci o Arnaud, um jovem arquiteto que estava há dois meses na cidade carioca à procura de trabalho. Para grande surpresa minha o Arnaudt, francês de gema, falava português corretamente graças às aulas que frequentou em Paris. Contou-me que o seu objetivo era ficar mais um mês no Rio e que se não conseguisse encontrar trabalho teria de se resignar e voltar para casa. Percebi que o faria com muita pena, porque no decorrer da nossa conversa me disse que achava extremamente sedutor ter uma oportunidade de trabalho no Brasil. Abordei-o porque o vi a ler, como é claro. O livro que tinha consigo era "Trop intelligent pour être heureux ? L'adulte surdoué", uma obra onde a autora levanta a hipótese das pessoas com inteligência extrema serem exacerbadamente sensíveis o que acentua uma impressão de inadequação que as impede de ser felizes. Pedi ao Arnaudt que me explicasse o motivo desta leitura, mas respondeu-me que não se sentia muito à vontade para falar sobre o assunto. Não foi por isso que a nossa conversa ficou por aí. Havia tantas outras coisas sobre as quais conversar! E assim fomos, em amena cavaqueira sobre outras coisas que não livros, até atracarmos no Rio de Janeiro. 
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On the ferry that took me back to Rio de Janeiro after visiting the Contemporary Art Museum in Niterói, I met Arnaud, a young architect who has been looking for work in Rio de Janeiro for the last two months. For my surprise Arnaud, a genuine French, speaks Portuguese correctly thanks to the classes he took in Paris. He told me that his goal is to stay in Rio one more month and if he doesn't find work he will have to give up and go back home. I understood he would do it with real pity, because during our talk he told me that a job opportunity in Brazil is extremely appealing to him. Of course, I approached him because I saw he was reading. The book he had with him was "Trop intelligent pour être heureux? L' adulte surdoué" (in a free translation to English “Too Intelligent to be Happy? The highly-gifted adult”), a work where the author defends that people with extreme intelligence are also exaggeratedly sensitive which accentuates a feeling of being inappropriate and stops them of being happy. I asked Arnaud to explain me the reason why he was reading this book, but he answered me he didn't felt comfortable to talk about it. But that was not the end of our conversation. There are so many other things to talk about! And so we went, in a pleasant chat about other things than books until we docked at Rio de Janeiro.

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