domingo, 18 de maio de 2014

Sydney - Sophie, que também é viajante


Não percebo patavina de botânica, mas adoro plantas. Embeveço-me com o porte das árvores, espanto-me com a complexidade de certas flores ou a simplicidade de outras e concluo sempre que a natureza produz seres belíssimos. Orgulho-me das poucas plantas que possuo e tratar delas é um dos meus maiores prazeres. Vê-las crescer saudáveis e florir com a passagem das estações é um motivo de alegria. Notá-las menos viçosas deixa-me triste. E deixá-las bem entregues foi uma das minhas grandes preocupações antes de partir de viagem. São plantas-animais-de-estimação. Este meu interesse leva-me a não perder a oportunidade de visitar os jardins botânicos que surgem no meu caminho. Foi o que aconteceu, primeiro, no Rio de Janeiro e umas semanas depois, noutro continente, em Sydney. Com uma diferença: o do Rio obrigada a pagar a entrada e o de Sydney é de acesso livre. O Royal Botanic Garden que visitei é o mais central dos três jardins botânicos que existem naquela cidade australiana. Fundado em 1816, ocupa 30 hectares e faz fronteira com os dois ícones de Sydney: o edifício da ópera e o porto. E foi na descida para o porto, já com as suas águas calmas bem visíveis, que reparei na Sophie a ler sob a extensa copa de uma árvore cujo nome não vos sei dizer (embora estivesse identificada), porque me esqueci completamente de apontá-lo algures... A Sophie, que é britânica, foi mais uma das viajantes que tive a sorte de conhecer. Estava a viver havia um ano em Sydney, mas antes disso tinha passado uma boa temporada no sudeste asiático. Em breve seguiria para a Índia de onde deveria voltar a casa apenas por uns dias. É que estava nos seus planos partir para a América do Sul e ir também visitar o Canadá. Uma vez que estudou Literatura Inglesa na Faculdade, a Sophie diz que lê muito e aponta Khaled Housseini como um dos seus autores preferidos. "Mistery", de Peter Straub, foi o livro com que a fotografei, um policial passado numa pequena ilha das Caraíbas. "Foi-me oferecido pela minha irmã, que o leu e o recomendou. Avisou-me que iria demorar a entrar na história, mas que quando isso acontecesse iria gostar muito". E assim foi. A Sophie explicou-me que já tinha lido cem páginas e que a história tinha sido algo lenta até esse ponto. "Só agora começa a cativar-me", disse.

Mais fotos da Sophie e do Royal Botanic Garden de Sydney aqui.

***
I don't understand anything of botany, but I love plants. I go soft with the size of the trees, I'm amazed with the complexity of certain flowers or the simplicity of others and I always conclude that nature creates beautiful beings. I'm proud of the few plants I own and taking care of them is one of my biggest pleasures. To watch them grow healthy and bloom with the change of the seasons is a motive of joy. To realize they are less lush saddens me. And leaving them in good hands was one of my biggest concerns before leaving on the trip. They are pet-plants. My interest compels not to miss the visit to the botanic gardens that appear on my path. That happened first in Rio de Janeiro and a few weeks later, in another continent, in Sydney.  With a difference: in Rio we have to pay the entrance and in Sydney the access is free. The Royal Botanic Garden, which I visited, is the most central of all the three botanic gardens in this Australian city. Founded in 1816, it occupies 30 hectares and borders with two Sydney icons: the opera building and the harbour. And it was on the way down to the harbour, when it was already possible to see its calm waters, that I noticed Sophie reading under the extensive treetop of a tree which name I don’t know (although it was identified), because I totally forgot to write it somewhere... Sophie, who os British, was one more of the travellers that I was lucky enough to meet. She has been living for a year in Sydney, but before that she stayed for quite a while in southeast Asia. Soon she would follow to India from where she should go back home only for a few days. Because it was on her plans to leave for South America and also to visit Canada. Once she studied English Literature at College, Sophie says she reads a lot and chooses Khaled Housseini as one of her favourite authors. "Mistery", by Peter Straub, was the book she had with her at the time I took her picture, a police book set on a small Caribbean island. "My sister offered it to me, she read and recommended it. She warned me that it was going to take a while to go into the story, but when that would happen I was going to enjoy it very much". And so it was. Sophie explained me she had read one hundred pages and that the story was a bit slow until then. "Only now it is starting to captivate me", she said.

 You can find more pictures of Sophie and of the Royal Botanic Garden here.

Sem comentários: